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14/08/2025 - 14h29
PATROCÍNIO E O (QUASE) SANTO PADRE EUSTÁQUIO
Confira a coluna escrita pelo Eustáquio Amaral

Santo. Ou quase (a caminho da canonização), a (nossa) cidade conhece bem um. Viveu em terras patrocinenses. Residiu por onze anos na região. Tem tudo a ver com Água Suja, hoje a cidade de Romaria. Tem muito a ver com a criação do Ginásio Dom Lustosa, em Patrocínio. É símbolo da fé dos mineiros, inclusive do maior presidente do Brasil até hoje (JK). Está sepultado em Belo Horizonte, onde faleceu há exatamente 82 anos, no dia 30/08/1943. É Padre Eustáquio. É o holandês Hubertus van Lieshout. Atualmente, Beato Padre Eustáquio. E um “patrocinense religioso-cultural adotivo” é o vice-postulador (coordenador responsável) do movimento “Causa de Canonização do Beato Padre Eustáquio”. É Padre Vinícius Maciel, da Congregação dos Sagrados Corações (Igreja de Padre Eustáquio – Santuário Arquidiocesano da Saúde e da Paz – em BH). Pe. Vinícius foi vigário da Paróquia São Damião de Molokai de Patrocínio e é membro imortal da Academia Patrocinense de Letras – APC (cadeira nº 25). Neste final de semana, ele esteve na “Festa de Nossa Senhora da Abadia”, em Romaria. Sempre é bom recordar um pouco de Padre Eustáquio e de suas ligações com Patrocínio e região.

HÁ CEM ANOS CHEGOU AO BRASIL – Eustáquio van Lieshout (Padre Eustáquio) nasceu em Aarle-Rixtel, Holanda, em 03 de novembro de 1890, onde aconteceu sua ordenação sacerdotal, em 10 de agosto de 1919. Em 12 de junho de 1925, chegou ao Rio de Janeiro, pelo navio Orânia. Estava acompanhado pelos padres Norberto, Gil e Matias (este primeiro diretor do Ginásio Dom Lustosa). No dia 15 de junho de 1925, foi recebido no Santuário de Nossa Senhora da Abadia como o novo vigário (Paróquia de Nova Ponte e suas capelas), onde ficou até o início de 1936.

MAIS TRIANGULINO DO QUE TUDO – Romaria, ex-Água Suja, é o lugar onde permaneceu por mais tempo: onze anos. Pe. Eustáquio foi o responsável pela construção da Basílica de N. S. da Abadia.

CAMINHADA DO PASTOR – Em 15 de fevereiro de 1936 tomou posse como pároco de Poá (SP), para onde foi transferido. Atraiu multidões, tornou-se nacionalmente conhecido. Lá morou até 13 de maio de 1941. Depois de rápidos recolhimentos em São Paulo, Campos do Jordão, Rio Claro, Araguari e Rio de Janeiro, mudou-se para o Ginásio Dom Lustosa. Durante sua permanência em Patrocínio à disposição dos superiores, foi capelão da igreja de Santa Luzia. Segundo depoimentos de patrocinenses com mais de 80 anos de idade, praticou caridade e trouxe alívio aos fiéis que o procuravam.

MORADIA EM PATROCÍNIO – Residiu no Município de 11 de outubro de 1941 a 12 de fevereiro de 1942. Nessa data, embarcou num trem da Rede Mineira de Viação (RMV) para Ibiá (na mesma estação ferroviária que hoje está abandonada e descaracterizada). Na vizinha urbe, por pouco tempo, prestou serviços paroquiais (Igreja de São Pedro). Pois, em 7 de abril de 1942 (dia que Patrocínio completou cem anos de emancipação municipal), Padre Eustáquio desembarcou na capital mineira, assumindo, de imediato, a Paróquia de São Domingos (sua atual igreja), na rua e bairro que levam o seu nome, Padre Eustáquio.

O FINAL – Até a sua morte, no ano seguinte, contagiou multidões com bondade e esperança. No dia 31 de agosto de 1943, BH assistiu ao seu mais solene féretro, quando os restos mortais de Padre Eustáquio foram levados ao Cemitério Bonfim. Em 1949, ocorreu o traslado para hoje conhecida Igreja de Pe. Eustáquio. E lá é um local de fé e espiritualidade.

LIGAÇÕES PATROCINENSES – Em setembro de 1925, D. Almeida Lustosa, bispo de Uberaba, em visita pastoral, à cidade, manifestou desejo de instalação de educandários católicos para ambos os sexos. E para competir com as iniciativas da Igreja Presbiteriana (apoiada por missionários dos Estados Unidos), decidiu delegar à Congregação dos Sagrados Corações a direção das escolas. Em 11 de setembro de 1926, padre Eustáquio van Lieshout, assinaria o contrato de doação de um prédio para o colégio, na presença dos padres Gil e Matias. O imóvel pertencia ao político Marciano Pires. Situado na Rua Afonso Pena, o prédio foi entregue em dezembro daquele ano. Um mês depois, estavam abertas as matrículas. A inauguração do ginásio, que Pe. Eustáquio participou de sua concepção, aconteceu em 15 de fevereiro de 1927, com 57 alunos de diversas cidades.

SANTIDADE – O processo de beatificação de Pe. Eustáquio foi iniciado em 1956 e concluído em 15 de junho de 2006 (quinta-feira) no Estádio Mineirão. A beatificação foi impulsionada pelas informações de sua vida virtuosa, demonstradas em 1.600 páginas. A cura de um câncer foi reconhecida, por uma equipe médica, em 02 de março de 2004. O possível milagre aconteceu há 60 anos. A pessoa (homem) continuava viva, com saúde, em BH, em 2006. Para a canonização, outro milagre deverá ser registrado e comprovado, após o ano da beatificação (2006).   

DIFUSORA PRESENTE – Padre Eustáquio tem tudo a ver com Patrocínio. Morou na cidade. Protege os patrocinenses. Por tudo isso, a Rádio Difusora (AM e Internet) transmitiu a maior (histórica) jornada de sua existência, segundo o diretor de jornalismo Alberto Sanarelli. Um recorde, a mais longa jornada externa e ininterrupta de uma rádio em Minas. José Maria Campos e este escriba amador (Eustáquio Amaral) narraram o evento da beatificação (da cabine nº 1). Christiano Romão e Sanarelli estiveram juntos aos nobres fatos, percorrendo o estádio, como repórteres. Benil Borges comandou a logística técnica. 

PATROCINENSES NA BEATIFICAÇÃO NO MINEIRÃO: 15/08/2006 – Quase trezentos devotos de Pe. Eustáquio de Patrocínio estiveram entre os quase 70 mil presentes. Pe. Vinícius Maciel e Pe. Osvânio comandaram a caravana de Patrocínio. TV Ouro Verde, de então, gravou diversos depoimentos (Antônio Augusto e Lena foram os repórteres). TV Web do Patrocinioonline também marcou presença.

POR FIM – A maioria dos patrocinenses acredita no venerável Padre Eustáquio. Outra parte não tem crença. Mas ninguém duvida da bondade, da caridade e da fé do homem Eustáquio van Lieshout. Uma dádiva para a humanidade.

PARA ANOTAR – São 19 anos da beatificação. São 82 anos de sua morte. São 106 anos de sua ordenação como padre da Congregação dos Sagrados Corações. São 100 anos de Pe. Eustáquio no Brasil (1925-2025).




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