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Colunas
09/05/2024 - 10h36
Protocolo, Cerimonial e Etiqueta: para além do óbvio
Confira a coluna do Brígida Borges na última edição da Gazeta: 4.240

          Há, sensivelmente, quase trinta anos que estamos ligadas ao universo do Protocolo e do Cerimonial através, primeiro, das pesquisas, dos estudos e da investigação e, posteriormente, da prática, realizando eventos públicos e privados. A Etiqueta, há bem mais tempo, pois meus pais foram os primeiros mestres no assunto.

Ao longo destes anos, o mundo mudou, as nossas circunstâncias mudaram e nós mudamos, naturalmente. Algo, contudo, permanece inalterável: continuamos a ouvir das pessoas, em contextos muito diferentes, as mesmas frases: “Nós, aqui, não precisamos de Protocolo” ou “O nosso evento é uma coisa muito simples, informal, não precisa de Protocolo”. Algumas vezes, e se vale a pena, discordamos gentilmente, explicamos, argumentamos sobre o que se trata, sua importância e diferença… Outras vezes, contudo, já nem respondemos. Aprendemos que não vale à pena “dar murro em ponta de faca” e que o desgaste não vale à pena...

Uma coisa é uma coisa, outra coisas é outra coisa. Há necessidade de distinguir a diferença entre Protocolo, Cerimonial e Etiqueta.

Protocolo - Vamos nos valer da definição dada pela portuguesa Cristina Fernandes: “são conceitos que se traduzem em práticas que, mesmo se inquestionavelmente interligadas, atuam de modo diferente. Protocolo é um conjunto de regras e de preceitos que regem tanto a organização de eventos (de qualquer dimensão) como, num sentido mais abrangente, as relações interpessoais em contexto profissional e em âmbito institucional. Em linha com esta definição entendo que sim, todos os contextos profissionais e todos os eventos “precisam” de Protocolo. Não pensemos, portanto, em Protocolo, como o conjunto de rituais enfadonhos e desatualizados. Façamos um exercício no sentido de ir para além do óbvio… Quando integramos um universo profissional – e por muito, muito informal que seja – a nossa comunicação obedece (ou deveria obedecer) a um determinado padrão, que, em última instância, projeta a nossa imagem pessoal e a imagem institucional da organização que representamos. E considere-se comunicação no sentido mais abrangente do termo: como nos expressamos oralmente, por escrito, silenciosamente, como nos vestimos, como nos comportamos, tudo em função do contexto onde estamos inseridos, isto apenas para mencionar os aspetos mais evidentes e facilmente compreensíveis. Se quisermos ir mais além, percebemos que vai surgir a necessidade de endereçar uma carta ou um e-mail formal e não sabemos como, ou que temos dúvidas sobre o que vestir naquela situação, ou que não sabemos o que oferecer, ou que estamos em dúvida sobre o acolhimento a dar ao nosso cliente mais relevante. Tudo isto sem mencionar os eventos! Sim, aqueles que “não precisam” de Protocolo. Muito bem, podem até não precisar…aparentemente. Contudo, sem Protocolo, não existe organização. Simplesmente. Protocolo é (também) organização. De pessoas, de espaços, de símbolos, de sequências temporais… Existem eventos sem pessoas? Obviamente que não. Então, como existem eventos sem Protocolo?  “Nós, aqui, precisamos de Protocolo. Um Protocolo flexível, em sintonia com o universo profissional atual, mas precisamos.” ou “O nosso evento é uma coisa muito simples, informal até, mas precisa de Protocolo, de modo a que possamos acolher melhor os nossos convidados, transmitindo-lhes, também, uma mensagem de profissionalismo e credibilidade.” A verdade é que o “não precisamos” de Protocolo acontece simplesmente porque são desconhecidas as enormes vantagens que esta técnica aporta ao nosso contexto profissional. Concorde-se, ou não, o Protocolo existe, para ajudar, para facilitar, para tornar mais fluidas e pacíficas as complexas circunstâncias profissionais. Acredite, a sua intervenção vai mesmo muito para além do óbvio.

Cerimonial – Cerimonial é um conjunto de normas estabelecidas com a finalidade de ordenar corretamente o desenvolvimento de qualquer ato ou cerimônia que necessite de formalização. Ou seja, procedimentos como disciplina, hierarquia, ordem, elegância, respeito, bom senso, bom gosto e simplicidade são parâmetros que os profissionais de um bom cerimonial seguem durante a organização e realização de atos, sejam eles públicos ou não. O cerimonial valoriza as ações e os gestos. Cria sensibilidade, honra e dignidade na celebração de cada ato. Evolui para a elevação social, para o desenvolvimento do indivíduo, do respeito ao próximo e assume o sentido natural da própria evolução humana. Um bom Cerimonial coordena toda a parte operacional do evento; seja ele de que natureza for. Quem cuida do Cerimonial elabora uma lista de itens a serem providenciados e checados, realiza contatos, acompanha todas as etapas, com reuniões periódicas, se necessárias, elabora um check-list para que todas as tarefas e serviços sejam feitos dentro do prazo e cumpram o cronograma, respeitando cada tipo de evento.

Etiqueta É o conjunto de regras ou normas de conduta que denotam boa educação, isto é, Boas Maneiras, fato indicador de civilidade no comportamento humano. São regras que indicam a ordem de precedência e de usos a serem observados pelas pessoas que vivem em sociedade e convivem entre si; por extensão, são ainda as normas a serem observadas entre particulares, no trato entre si e também consigo mesma. Ter conhecimento de Etiqueta é saber portar-se, é ter Boas Maneiras.

O fato de saber tratar bem as pessoas de nosso convívio, procurar sempre assimilar conhecimentos, respeitar a si mesmo e ao outro já é um bom ponto de partida quando você se indaga: Será que eu tenho boas maneiras; ou, que fazer para ter Etiqueta?

A resposta seria uma só: - Pratique. Sim, simplesmente pratique, pois é a maneira repetitiva de fazer algo da maneira correta que vai dar a você a chance de ser naturalmente elegante e segura. Daí a importância de não se colocar a mesa corretamente somente quando se recebe visitas, de não se portar com desenvoltura apenas quando se está de salto alto, terno ou vestido de festa. E tantas outras coisas corriqueiras que fazem parte das nossas vidas.



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